Mais um texto da Especial Bianca Bloise: O cara ou o desafio?

Bianca Bloise
O papo é sempre o mesmo quando falamos dos assuntos do coração. Há uma espécie de regra entre os homens que eu chamo de etapas.
Primeiro, ele decide investir em você. Começa a sondagem. Parece interessado, pois conversa com você, se interessa pelo seus assuntos.

Depois, na segunda fase, é o que eu chamo de preparação do terreno. Ele passa a dar opiniões, diz exatamente o que você quer ouvir. Isto é crueldade, porque concluímos que ele combina com a gente. 

Já a terceira fase, ele quer garantias, então ele nos impressiona, chega até nos parecer um cara romantico, e fica dúvida se ele pode ser o último biscoitinho recheado do pacote. Para arrematar ele faz algumas vontades, ajuda, está sempre disposto e atende às chamadas, responde os e-mails.

A quarta fase  é a que vejo como crucial, pois termina a conquista e ele se sente confortável e já começa a não estar tão afim de fazer tudo por nós. Vai mostrando que tem que tomar o chopp com os amigos, o esporte de fim de semana e vai posicionando o relacionamento para sua zona de conforto.

Neste momento nós mulheres na maioria das vezes já estamos apaixonadas e não queremos perder de vista o carinha então.........cedemos! O que acontece depois é que ele simplesmente relaxa. As chamadas telefônicas ficam mais espaçadas, duram entre 2 minutos a 5. 


Meninas, este é um padrão...acredite, na maioria das vezes ele se desinteressa porque ele já conquistou seu espaço, já impôs sua rotina e agora - a essa altura, as nossas reações são diversas: raiva, insegurança, ciúme, desconfiança, solidão, etc. E os pensamentos voam longe  - não sabemos de onde tiramos tanta criatividade!  Perguntamos se somos bonitas, se somos atraentes, se fizemos a escolha certa. Aí nos culpamos por coisas que fizemos e por coisas que não fizemos - a mulher tende a trazer a culpa para si. Mulheres não aceitam o fracasso, a perda e aí que a coisa vai por água abaixo. No meio de tudo isso, eles ainda são mais espertos, pois nos confundem, nos deixam com culpa e começam a nos testar. Por isso nos deixa sair sozinhas ou não deixam sair sozinhas - mas nos deixam em casa num dia de festa só para ver o que fazemos.
 
A quinta fase é definitiva, pois agora é que vai tudo acontecer. Ele já se sentiu soberano, ja confundiu nossa cabeça, testou nossos sentimentos e então ele simplesmente se apaixona ou pode nos deixar em duas listas: as de que ele tem interesse ou a lista de quem ele foge.
 
A lista de quem ele foge é assim: você liga e ele quase nunca atende, se atende está com pressa ou ocupado. Diz que vai chamar para sair, mas nunca isso realmente acontece. Até que você descobre que ele está saindo com outra.
 
A lista de quem ele tem interesse é aquela que ele liga para a gente de vez em quando. Faz uma sondagem, marca uma outra saída. Mas nada sério. A desculpa é sempre que está passando por uma fase difícil, que o problema está com ele, mas que tudo vai passar. Este nos enche e renova sempre de esperança, mas a verdade é que nada vai passar desta brincadeira. Por mais que viremos uma deusa do sexo, a melhor companheira, aprendemos esportes radicais para acompanhá-lo, mostrarmos o quanto somos maravilhosas, ele não percebe pois já nos colocou na lista de manutenção.
 
A terceira lista é a que a maioria de nós mulheres queremos sempre estar. Afinal, lutamos para isso. Então o nosso carinha está afim de nós e estamos apaixonados. Só que para a nossa surpresa nem sempre estamos apaixonadas e depois deste crivo todo, nos perguntamos: O que que eu tô fazendo aqui?
 
A verdade, meninas, é que também gostamos do desafio de nos sentir especiais e quando conseguimos conquistar o coração deles, algumas vezes, perde o encanto - o principe vira sapo...
 
Conclusão: O modelo de relacionarmos está errado. Vivemos desde o início um processo fraudulento de   auto-promoção e desta forma nada é o que parece ser. Não nos apaixonamos pelo cara e nem ele pela gata - todos estão apaixonados pela conquista, pelo desafio e pela idéia que temos que o outro é. Essa dinâmica falida de escolhas por conveniência ou pelo processo seletivo de um checklist é fadado ao erro. Só que não há erro em relacionar-se, acho que todos devemos experimentar, tentar. Só que a motivação e a carência leva ao desgaste emocional e como consequência a baixa-estima.
 
Vamos repensar nas nossas escolhas, nos proteger de nossas próprias armadilhas emocionais e identificar se gostamos do cara ou do desafio.  Por enquanto é isso...ah, antes que eu me esqueça, o inverso também acontece!



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