Down na Rasteirinha? Eu tomei um Toco UTI! E daí, Jennifer Anniston também tomou toco do Brad Pitt! E continua poderosa!

Este post nada tem a ver com moda, e sim com a elegância no término de um namoro ou no incício deste. Fui entrevistada para uma matéria sobre o livro "Guia do Toco", de autoria de duas jornalistas cariocas, amigas minhas. A matério foi veiculada no jornal Folha de São Paulo e é muito inspiradora, para nós, seres de ambos os sexos.

E, como  o livro está bombando na mídia nacional e é campeão de vendas na categoria, creio ser do interesse de todo mundo e replico aqui a matéria. E você, qual o pior toco que já tomou? Quero saber, você pode comentar? Eu não tive vergonha de me expor, quero ver você! Leia até o fim  e entenda o Toco UTI, que recebi de um cara há tempos atrás!
Bjksss
Dany


Veja desculpas e outros jeitos deselegantes de romper relação

Poucas coisas são tão universais --e, ao mesmo tempo, tão incompreensíveis-- quanto levar um fora. Principalmente quando é acompanhado de desculpas esfarrapadas, dignas de serem gravadas e reproduzidas.

Eufemismos, mentiras e grosserias fazem parte do script clássico de rompimento. Por que é tão difícil ser sincero?

"Não quero me envolver. Como assim, não quer se envolver? Então compre uma planta e se relacione com ela. Pessoas se envolvem", diz Fabi Cimieri, coautora do recém-lançado "O Guia do Toco --Como Dar e Levar sem Perder o Bom Humor" (BestSeller, 160 págs., R$ 24,90). 

O livro lista dezenas de foras, divididos entre clássicos, esfarrapados e sinistros: "Sinistros são aqueles que você não acredita que levou. Clássicos são os que todos dão e levam", explica Leticia Rio Branco, também autora. 

Entre tantos tipos de tocos absurdos, o livro deixa uma pergunta no ar: não seria mais simples dizer não? 

A estilista Deborah Monteiro, 32, namorava havia sete anos com um cara declaradamente mulherengo. Um dia, ele saiu com esta: "Ando muito enrolado. Acho que gosto de homem". "Comecei a rir. Eu sabia que ele estava com outra. É mais fácil dizer que virou gay do que falar a verdade?"

A advogada Flavia, 34, que não quer se identificar, ouviu uma lorota mais absurda ainda, célebre entre suas amigas como o "toco fungos". "Estava saindo com um cara há semanas. Um dia, ele mandou um e-mail dizendo que estava com fungos e por isso não poderia sair mais comigo." Ela nem questionou. "Não quis mais. Vai saber onde ele tinha fungos." 


DEPOIMENTOS

'Ele 'colocou' a filha na UTI'
Dany Padilla, 42, consultora de moda 

Dany Padilla, 42, consultora de moda, que levou fora na linha 'minha filha está na UTI
Dany Padilla, 42, consultora de moda, que levou fora na linha 'minha filha está na UTI'

Conheci um cara e me apaixonei perdidamente. Ele era lindo, loiro, alto, bem-sucedido. Óbvio, me envolvi. Ele sempre dizia que era complicado, tinha acabado de se separar e estava confuso. Eu tive muita paciência.
Mas um dia enjoei. O tempo passou, fiquei com outro e, depois de dois anos, quando estava na fossa, resolvi ligar para o loiro de novo. Acredita que veio com a mesma história? Ainda estava confuso. Ok, resolvi voltar a sair com ele. Um dia, combinamos e ele não apareceu. Ligou dizendo que a filha estava no hospital, tinha sofrido um acidente e ido para a UTI. 

Engoli. Depois de uns dias, descobri que era mentira. Ele tinha ido para Miami e tinha uma namorada. 'Colocar' a filha na UTI? Muito estranho. Me afastei de vez. Meses atrás, veio com uns papos para cima de mim.Então eu disse: 'eu me casei, separei, vida andou e você fica com essa enrolação?'

 
'Mandei e-mail cortando relação'
Marta Dias, 29, atriz
Marta Dias, 29, atriz, que depois de tanto levar fora, criou uma personagem e um blog sobre o tema
Marta Dias, 29, atriz, que depois de tanto levar fora, criou uma personagem e um blog sobre o tema.

Os homens enrolam as situações por não ter coragem para resolver. Não querem ouvir o que a outra pessoa vai dizer. Tinha um rapaz com quem eu saía havia 4 meses. Ele tinha vindo de uma outra cidade. Lá, namorava uma menina. Dizia que tinha terminado, mas eu sempre fiquei meio desconfiada. Passou um tempo, a gente já não estava muito bem e ele voltou para a cidade dele. Jurou que não tinha risco de voltar com a menina.

A gente ficou sem se falar, eu já tinha deixado pra lá. Quatro meses depois, ele reapareceu, soube que eu tinha saído com um cara. Fez cena de ciúme, cobrou atenção, ficou bravo. Passou uns dois dias, entrei no Orkut dele e vi os recados que a menina mandava desde sempre. Era nítido que eles estavam juntos. Acho que nunca se separaram. Mandei um e-mail cortando relações. É o tipo de homem que não diz a verdade porque quer enrolar. Quer duas mulheres esperando por ele.
 

'Ela fingiu que tinha morrido'
Fernando Oliveira, 29, agente de turismo 

Fernando Oliveira, 29, agente de turismo, já deu toco por SMS, mas também já levou fora no estilo "problema de saúde"
Fernando Oliveira, 29, agente de turismo, já deu toco por SMS, mas também já levou fora no estilo "problema de saúde"

Conheci uma pessoa pela internet, fui me envolvendo, vi fotos, conversamos pelo telefone várias vezes. Eu me sentia comprometido, afinal, gostava muito dela, não saía com mais ninguém.A gente fazia plano de se conhecer, mas até então não tinha dado certo.Ela dizia que tinha um problema no cérebro, um aneurisma que poderia estourar a qualquer momento.Eu era compreensivo, não me importava.

Um dia, recebi uma ligação dizendo que ela tinha morrido. Fiquei desesperado, queria ir no enterro de todo jeito, mas não deu certo.Fiquei muito triste. Passou alguns dias e descobri que ela não tinha morrido coisa nenhuma. A foto que ela tinha mostrado da primeira vez era de outra pessoa. Ela resolveu 'se matar' para depois vir falar comigo com a identidade verdadeira.

Depois de tanta loucura, não quis mais saber. Eu, hein?



'Homem não sabe dizer não'
Creo Kellab, 38, ator 

Creo Kellab, 38, ator, que já escutou o clássico fora 'eu não quero me envolver
Creo Kellab, 38, ator, que já escutou o clássico fora 'eu não quero me envolver'

Tomei um toco histórico. Estava fazia já uns oito meses com uma mulher e ela sempre dizia que o meu melhor amigo era um monstro, que era um galinha, que eu não deveria andar com ele.Um dia, do nada, ela chegou para mim e disse que queria separar, que o momento não era propício para se envolver e todas essas desculpas.Tudo bem. Passou três dias, sem exagero nenhum, ela passou a namorar com esse meu amigo. Eu vi!

Mas eu também já dei vários tocos. Uma vez, estava fazia dois anos com uma mulher. Fui deixando passar, mesmo sem gostar muito dela. Ela estava totalmente envolvida, eu não. Então ela me apertou, eu disse que preferia ser amigo.É engraçado que, por muito tempo, não soube dizer não. Muitos homens não sabem. Homem não sabe dispensar mulher, só dispensa quando é muito feia ou fora do perfil que ele procura. Se não, ele vai deixando como está. 


COVARDIA EMOCIONAL
Por que tanta gente prefere repetir clichês tipo "não quero me envolver" ou inventar coisas originais como "estou com fungos" em vez de explicar que não quer mais aquele relacionamento? Não dizer a verdade é uma forma de sair pelos fundos e salvar a própria pele. "Temos medo da reação, do ataque do outro. É uma estratégia de sobrevivência", diz o psiquiatra Carlos Briganti, diretor da Associação Brasileira de Psicoterapia. 

Segundo a terapeuta familiar Flávia Stockler, não é o altruísmo que leva alguém a dizer, na hora do chute: "o problema sou eu, não você". "A pessoa se justifica dizendo que não quis ofender. Na verdade, ela não quer se decidir, prefere ficar com o pé em duas canoas." Apesar da conspiração feminina segundo a qual é o homem quem dá os piores e mais desajeitados tocos, dizer não é difícil para todos. "Implica em escolha, perda. Escolher não é simples. Preferimos adiar até que a coisa se resolva sozinha." O problema é que as indefinições criam uma coleção de relações mal resolvidas. 

"É uma distorção de comportamento, uma forma de covardia emocional. A consequência são relações insatisfatórias", diz o terapeuta Sergio Savian, especialista em relacionamentos. 

Para a antropóloga Telma Amaral, da Universidade Federal do Pará e pesquisadora na área de conjugalidades, existe uma tendência de encarar o fora como natural. "É como se fugir fizesse parte da natureza humana, mas não faz. É um comportamento alimentado."

Também não é preciso ser radical e condenar todo e qualquer toco, diz o psicólogo Ailton Amélio, professor da USP. "Às vezes é a saída menos danosa, quando a pessoa não tem vínculo nenhum com a outra."

CUIDE BEM DE VOCÊ
A artista plástica francesa Sophie Calle levou um fora eternizado na exposição "Prenez Soin de Vous", que quer dizer "cuide bem de você", última frase do e-mail de rompimento que recebeu do namorado.Sem saber o que responder, ela entregou a carta a 107 mulheres, que a interpretaram como bem entenderam. "Era uma maneira de ganhar tempo antes de romper. Uma maneira de cuidar de mim", escreveu ela, no texto de apresentação da mostra, que esteve no Brasil em 2009. 

Terminar por e-mail ou por mensagem de celular pode ajudar a dizer a verdade, mas não é a melhor saída, e muito menos a mais elegante."Quanto mais envolvimento você teve ou tem com uma pessoa, mais cuidado deve ter na hora de terminar uma relação", diz Savian. 

De acordo com Amélio, o fim de uma união longa pode demorar dez anos para ser digerido. "É traumático. Objetivos, identidade social e psicológica foram misturados."É mais difícil ser sincero, porque é deixar muito claro o desinteresse pelo outro. Para Maria Luiza Munhoz, terapeuta da Associação Brasileira de Terapia Familiar, é possível aprender alguma coisa com tocos --nem que seja uma nova desculpa. "Não existe um bom jeito de acabar, mas é preciso esvaziar as emoções do rompimento. A conversa é importante, ajuda os dois a saírem melhor." Sei. Falar é fácil.

Um comentário:

  1. Oi Dany!
    Haha, me diverti muito lendo esses trechos do livro!
    Lila Czar
    seviracom30.blogspot.com

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